top of page

Jovem pra ser velha e velha pra ser jovem

  • Foto do escritor: Lai Alves
    Lai Alves
  • 21 de abr.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 22 de mai.





Se você já apagou mais de 30 velinhas no último aniversário, muito provavelmente em algum momento você se olhou no espelho e pensou “eita que eu tô velha!”. Mas não é  “velha” do imaginário popular, com cabelos brancos, rugas e cansaço (ok, em pleno 2025 pode ser isso…), mas um velha de, de repente, se dar conta que não somos mais tão jovens. 

É aquele momento em que não temos mais os arroubos (e o pique) inconsequente da juventude, em que podíamos e conseguíamos virar a noite na balada e no dia seguinte estar de pé minimamente bem para ir trabalhar de forma digna. De quando não pensávamos com tanto afinco e preocupação no futuro, as cobranças não eram tão incisivas e o mundo parecia mais leve.

Chega um certo dia que, sem mais nem menos, acordamos pela manhã e parecem que todas as responsabilidades do mundo estão sobre as nossas costas e precisamos ser responsáveis, confiantes, confiáveis, cheias de certezas e de objetivos. Tem um dia que a gente se olha no espelho e descobrimos que chorar não vai resolver, que nossos pais não podem resolver nossos problemas e que somos nós por nós mesmas. 

Nesse dia a gente entende que cresceu, amadureceu e se tornou mulher. E quando a gente descobre isso a gente descobre que tem um superpoder especial: a resiliência. É essa capacidade de respirar fundo, contar até 3 e começar de novo de forma natural, quase automática é que confirma que a gente entendeu que a vida não é um morango, muito pelo contrário, é uma luta na selva onde pra sobreviver a gente só pode contar com a nossa força e com o nosso instinto pra descobrir os melhores caminhos e os melhores apoios. 

Quando a gente amadurece, a gente se sente jovem demais pra se sentir tão atribulada e engolida pela vida, pra perder a leveza do descompromisso e da não necessidade de certezas absolutas, mas meio velha pra não ter objetivos claros, sonhos transformados em metas e se sentir que não é dona do próprio caminho.

Ao chegar aos 30 anos, as mulheres eram chamadas de balzaquianas em relação ao livro de Honoré de Balzac, A Mulher de Trinta Anos, que segundo o autor são mulheres mais amadurecidas e podem viver o amor com maior plenitude. Mas tenho que essa plenitude tem muito mais haver com a descoberta de quem realmente somos e a segurança de sabermos que somos exatamente aquilo que devemos ser!





Comments


bottom of page