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Quando Decidi me Escolher – Minha Jornada até a Bariátrica

  • Foto do escritor: Dekka Barbosa
    Dekka Barbosa
  • 29 de abr.
  • 2 min de leitura


Depois de uma vida ativa, a maternidade, o burnout e as mudanças físicas me desconectaram de mim mesma. A decisão pela cirurgia bariátrica foi o começo de um resgate — e não um atalho.
Depois de uma vida ativa, a maternidade, o burnout e as mudanças físicas me desconectaram de mim mesma. A decisão pela cirurgia bariátrica foi o começo de um resgate — e não um atalho.

Até uns dez anos atrás, eu era movimento. Treinava arte marcial, jogava vôlei na categoria amadora, acordava cedo no sábado pra suar — e gostava disso. O corpo era leve, a cabeça também. Estar ativa era mais que um hábito: era parte da minha identidade. Mas com o tempo, a vida mudou. A maternidade chegou, meu corpo passou por transformações profundas e o burnout se instalou de mansinho, mas com força. A exaustão se tornou diária, a falta de energia virou rotina. E aquela versão minha, ativa e disposta, foi ficando cada vez mais distante. Tentei reencontrar aquela Dekka várias vezes. Dietas, treinos, recomeços. Mas o desânimo era mais forte, a frustração se acumulava. Muitas vezes, não enxergava mais vontade. Nem luz. Em agosto de 2024, depois de conversar com amigas que passaram pela cirurgia bariátrica, comecei a considerar essa possibilidade com mais carinho. Percebi que não era um fim — podia ser um começo. Um ponto de virada. E ele veio quando me deparei com 121kg na balança. Ali entendi que tinha chegado no meu limite. Que a questão não era mais estética. Era sobre saúde, energia, presença. Sentir o olhar de estranheza das pessoas pelo meu corpo gordo era sutil, mas pra mim, evidente. Aquilo me atravessava. E eu já não queria mais viver assim. Busquei então o que realmente importa nesse processo: orientação profissional. Fui atrás de médicos, psicóloga, nutricionista. Gente que olhasse pra mim com profundidade, e não apenas para os números. Foi com essa rede que tomei a decisão com consciência e segurança. A cirurgia bariátrica não é um atalho. É uma ferramenta. Um ponto de partida para uma nova fase que exige muito mais do que a operação em si. A mudança acontece todos os dias — com reeducação alimentar, suplementação de vitaminas, atividades físicas e novos hábitos. E emocionalmente, é uma montanha-russa. Tem dias difíceis, cheios de inseguranças e medos. Mas também tem dias de conquista, autoestima e leveza. Hoje, sigo no processo. Ainda estou em adaptação, ainda aprendendo. Mas com metas que me animam: até o fim deste ano, quero andar de patins com a minha filha, com tranquilidade. Quero correr ao lado da minha amiga, só pra celebrar. A bariátrica foi o grito que eu dei pra me salvar. Não por fora — mas por dentro. Não foi desistência. Foi, finalmente, me escolher. Se você também está nesse momento de dúvida: ouça histórias reais, procure bons profissionais e lembre-se que essa decisão é individual — mas não precisa ser solitária. Você merece essa chance!

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